16/12/2009

Caravela da poesia


Noite negra, fria, escura
Sem qualquer luz ou estrela.
Veleja sobre o imenso caravela
Onde alveja a sepultura.
No horizonte se descortina
E um pouco mais além
Uma saudade de ninguém,
Perdida, na manhã. Que Sina!
Alvorada d’esperança chega
E mais longe, mais além está
A sorte que não chegará
Eu sou aquele que a nega…
Tem sol! É sem brilho,
Triste rosto, pobre de cor
Mascarado de ânsia, de dor
Desgosto que eu partilho!
Longe, longe, tão distante
Ficou saudades, dores dalém
Era a voz que fica dalguém
num acorde dissonante.
Era já manhã, o sol se via
No horizonte incerto, brumoso,
Aflora-se um dia chuvoso
Na tempestade e agonia,
Veleja branca, a poesia!




13/10/1983

3 comentários:

  1. Este poema está no caderno? Estou curiosa por conhecer o "Estavam Voando Mansas Folhas"...

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  2. Sim está no caderno, assim como os que se seguirão.
    O caderno é real!

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  3. Não o percas, o real. O virtual não vais poder mais 'controlar'...

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