O poeta olha o horizonte
Na luz poente do mar,
Tentando construir a ponte
Entre quem vai e acaba por ficar.
O poeta perde as letras
Na escrita das suas asas
Solta as amarras e voa,
Entre nuvens pretas.
Salta sobre vivas brasas,
Indo longe e perto vindo
No verso branco que ecoa
O poeta é horizonte,
É onda suave que apraia.
O poeta é o som da vida
Um breve silêncio de sol.
Canta o céu a lua, a fonte,
Derrama letras, palavras
Aprecia flores, a saia
Da menina que passa.
Manda-lhe num beijo
Um verso de sol.
O poeta canta a criança
Canta o mar, o monte.
Pincela os versos de flores
Às palavras dá odores.
E se canta a meretriz,
Canta a donzela pura
E em toda a sua ternura
Quer ver o Homem feliz.
O poeta olha a vida
E acredita piamente
Que a ponte é possível.
Venha a pior borrasca,
Ou forte sopre o vento.
E no seu olhar de louco
Tudo o que constrói
Sabe-lhe sempre a pouco!
Na luz poente do mar,
Tentando construir a ponte
Entre quem vai e acaba por ficar.
O poeta perde as letras
Na escrita das suas asas
Solta as amarras e voa,
Entre nuvens pretas.
Salta sobre vivas brasas,
Indo longe e perto vindo
No verso branco que ecoa
O poeta é horizonte,
É onda suave que apraia.
O poeta é o som da vida
Um breve silêncio de sol.
Canta o céu a lua, a fonte,
Derrama letras, palavras
Aprecia flores, a saia
Da menina que passa.
Manda-lhe num beijo
Um verso de sol.
O poeta canta a criança
Canta o mar, o monte.
Pincela os versos de flores
Às palavras dá odores.
E se canta a meretriz,
Canta a donzela pura
E em toda a sua ternura
Quer ver o Homem feliz.
O poeta olha a vida
E acredita piamente
Que a ponte é possível.
Venha a pior borrasca,
Ou forte sopre o vento.
E no seu olhar de louco
Tudo o que constrói
Sabe-lhe sempre a pouco!
14/12/2009
O poeta é louco por acreditar. Por isso, apesar da dor, canta, apesar da chuva faz rebentar o sol nas palavras, apesar da solidão, constroi a ponte.
ResponderEliminarO poeta quer sempre mais. Porque nas palavras se esconde o céu, a lua e o tal breve silêncio de sol que só ele sabe encontrar.
Gostei sobretudo da última estrofe: é bom saber que voltaste e ainda melhor ;)
ResponderEliminar(na primeira estrofe, a ambiguidade do quarto verso é propositada? ... Só o Poeta o saberá ;)
A ambiguidade? Pertence ao leitor potenciá-la de significado.
ResponderEliminarO poeta deixa os versos partirem em busca de significantes leituras.
O poeta nunca escreve o que quer!
Ele permite leituras, significados (pontes)que as palavras lidas construirão!
Quem vai é quem acaba por ficar; deixou algo de si, levou qualquer coisa consigo; fez-se a ponte.
ResponderEliminarQuem vai, mas acaba por ficar (do lado da partida ou da chegada...) A ponte entre o sonho e a realidade que não o deixa partir (ou regressar...)
ResponderEliminarEspero que o Poeta aprecie as nossas 'pontes' ;) Nós apreciamos os seus versos!
Se não falássemos do poeta que usa as asas quando quer, veríamos um ser atormentado, sempre a viver, sem viver? Percorrendo a ponte, sem dela conseguir sair?
ResponderEliminarO que o poeta mais aprecia são as pontes que os leitores conseguem construir nas palavras que ele desenha no poema universal da escrita.
ResponderEliminar