11/05/2009

Mar

Ondas do mar do Norte
Sem nortadas de breve vento
Azulam o horizonte da sorte
E tornam penoso o meu lamento.
Ondas desse mar bravio
Que torna a pedra areia
Transbordam de canto e sereia
E a mim me dão tédio e fastio.
Ondas que vêm e vão
Que trazem o choro nos olhos
No calhau um canto sem refrão
Na espuma, alma e escolhos...
Mar que partiu e voltou
Abraçado à curta distância
De um meigo choro de infância,
Da breve nortada que a marcou.
Ondas do mar vicentino
De encontro e desenconto
Do meu tempo de menino
Que marcou num só ponto
A toda a vida dum destino.

15/3/2009

5 comentários:

  1. Mais uma vez o mar. O nosso. O que despenteou a nossa infância. A nortada. O calhau redondo de um lugar onde tambem eu guardei afectos. Apesar de tudo, do tempo que arrastou as pedras, dos homens que cortaram a estrada, da modernidade que, aos poucos, vai descaracterizando a vila, o cheiro daquele mar é o mesmo, os seus gemidos de amor são os mesmos e a saudade, a saudade, meu amigo, continua a "azular" a nossa vida.

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  2. Bravo amigo! Cada dia que passa a minha admiração por ti e pelo teu talento aumenta. Espero que continues a escrever porque para mim é muito bom entrar neste "cantinho poético" e ler os lindos poemas que escreves.
    Um abraço, Nanda

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Antes de abrir os comentários, pensei: outra vez o mar! Que poderoso elemento...
    A Leonor diz que é o nosso: o dos portugueses ou dos ilhéus?

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  5. Este já estava publicado, apenas o transferi do blog que vai ser desactivado.

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