Meu país, perdeste a alma dum nobre povo!
Meu país onde irás, sendo rosto da Europa?Meu país não és nada. Sem um homem novo
Morrerás tão breve, sem luz, sem madrugada!
Meu país dos outroras de grandes guerreiros
És um despojo sujo de guerra sem luta
E apesar da reserva moral, e do povo em labuta,
Nas naus e na terra... Não temos timoneiros.
Meu país dum futuro, eternamente adiado
Voltaram-te as costas ao teu destino: o Mar
E na Europa devoraram um futuro subsidiado,
Penhorador que teus filhos e netos irão odiar!
Meu país de verde canto, amor dos poetas,
Quem te trouxe aqui, despido de glória?
Maldito Adamastor, nariz achatado... Vitória,
Desfralda as asas, atira-me ao mar, velas abertas.
Que o mar te faça renascer.
Que novos homens nascerão!
Mas como se te cortam as raízes,
Sem dó e sem compaixão
À desgraça te fizeram descer.
E tu ficas calado, nada dizes?
Meu país mártir!...
Só tenho saudade....
Grande país que canta desiludido.
ResponderEliminarÉs lindo!
Raízes fecundas brotarão em filhos honrados.]
Lindo poema
deixo abraços
O *seu* país está muito bem enraizado. Renascerá. Linda poesia. Parabéns*
ResponderEliminarParei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.
Cecília Meireles
Beijos, amigo querido!
Até amanhã
Renata