24/07/2010

OLHAR

Quando o sol desce ouro e arrefece no mar
Um borbulhar de antigos amores tinge o céu.
E a noite mansamente estendendo o seu véu
Entre as cores e estrelas nos serve o sonhar.



Volatilizam-se, brancas, ondas e gaivotas
Sobre esse plano mar grande de ninguém
E como corpo doce e onda nesse vaivém
Me entrego todo nos vislumbres que brotas
Desses teus belos olhos de mel cristalinos
Onde as paisagens se desenham em searas
Quando as tuas níveas mãos como tiaras,
Espigas de ouro, ceifam dos cabelos finos
E a tarde, se vai longa, à noite dá o lugar
Da nossa sempre presente de ti  saudade
Desenhada na onírica tela velha da idade
Onde o largo mar calmo se escreve no luar.

Enfim, nossa vida é feita de pequenos nadas.
A natureza do encanto do que nasce e cresce.
Como chuva fecundante e a flor que floresce,
Novo sol voltará nos braços das madrugadas.

Neste ciclo de mudança de tudo se renovar,
Só eu me quedo, sempre outro, noutro estar
Percorrendo novas, sempre outras estradas
Do êxtase do ocaso ao vagido das alvoradas!
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3 comentários:

  1. olá, amigo. Que lindo você escreveu num comentário do meu blog Uma Fresta Poética. É um poema seu? Poderia me mandar completo, ou o link onde eu posso vê-lo?

    Abraços.

    (Amo Portugal, suas músicas, seus poetas. Inclusive temos um blog de poesia portuguesa e uma comunidade)

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  2. Olá querido!
    Estou retribuindo sua visita ao Blog Uma Fresta Poética.
    Amei o comentário que você escreveu em uma de minhas postagens.
    Seu Blog é muito lindo e voltarei mais vezes.
    Bjs

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  3. Jortas...e é tão verdadeiro...

    "Enfim, nossa vida é feita de pequenos nadas.
    A natureza do encanto do que nasce e cresce.
    Como chuva fecundante e a flor que floresce,
    Novo sol voltará nos braços das madrugadas."

    Obrigada pela visita,
    Beijo!!!

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