Corre louca no stresse
Do nunca está feito,
Do nunca acabou,
Do tempo é sempre pouco...
De repente, o tempo adejou E tudo o que ficou foi a pressa.
Apenas a pressa de fazer
Numa angústia de viver.
A pressa de ter pressa.Ou o medo de a perder.
A juventude esfumou-se
Na tarde breve do acontecer.
Plantámos e não colhemos.
Apenas sobrevivemos.
Como andámos, partimos
Noutra pressa doutro viver!
Vieram as rugas silenciosas
As lágrimas molhadas das manhãs
Crestaram as solidões da noite.
E nas paredes da casa saudosas
Se desenharam, à pressa, os afãs
Que nos mataram a alegria.
A alegria simples de viver.
Um dia tu partistes
Sem um último adeus.
Sem um beijo de despedida.
Eu fiquei só, em lágrimas, na dor.
E as folhas começaram a cair,
E o céu cobriu-se de águas.
A minha alma de mágoas.
Choveu,choveu, choveu!
Mas não lavou minha dor.
Agora, tenho tempo,
Parece ter parado,
E avalio as coisas...
As coisas que não fiz,
As coisas que não vivi...
Sento-me e fico calado
Misto de dor e contentamento
Revivendo o passado ausente.
Revejo aquele prédio cinzento
Na voz da tua ausência.
Mas o que mais me custa
Nesta sombra outonal
Que contigo não comparti
É olhar a janela e saber
Que pra sempre te perdi!
.
Belíssima poesia que reflete a consciência de um Homem*
ResponderEliminarBravo, Jordas!
Beijo amigo.
Canção do Rei de Thule
Goethe
Houve um rei de Thule, que era
mais fiel do que nenhum rei.
A amante, ao morrer, lhe dera
um copo de ouro de lei.
Era o bem que mais prezava
e mais gostava de usar:
e quanto mais o esvaziava
mais enchia de água o olhar.
Quando sentiu que morria,
o seu reino inventariou,
e tudo quanto possuía
menos o copo, doou.
Depois, sentando-se à mesa,
fez os vassalos chamar
à sala de mais nobreza
do castelo, sobre o mar.
E ele ergue-se acabrunhado,
bebe o último gole então
e atira o copo sagrado
às ondas que embaixo estão.
Viu-o flutuar e afundar-se,
que o mar encheu de seus ais.
Sentiu a vista enevoar-se
E não bebeu nunca mais!
@ Translated by Renata Cordeiro.
Tenha um Lindo Domingo*
Renata
Pensar / Enfrentar o tempo é sempre uma aventura: 'ele' não gosta e nós ficamos perplexos: como passou? para onde foi? o que é que ficou? ... e não encontramos respostas :(
ResponderEliminarLindíssimo Poema ... Parabéns!
ResponderEliminarMeu carinho, minha admiração!