A tarde negra dum Janeiro escuro
Espraia-se em monte de verde louroNavego em meu barco sem vela
Quando no poente adormece o sol.
Aqui fico buscando, não procuro!
Não me perturba a noite fria,
Sou, rio e margem, sem medo.
E nesse remansoso Mondego
Rasgo o rosto em fios de ouro
Como rebento que busca a frol.
Abraço a enorme escadaria,
Encimada de enormes esferas,
Canto o desejo das quimeras
Dou voz ao sonho ou à dor
Sob o olhar futuro do Lavrador.
De capa aos ombros, desejo além
Busco a janela doutro passado:
Gemem guitarras, as cordas do fado
Nesse estrar, portal frio e calado
Espero e não aguardo ninguém.
Sou fogo, água, ar e terra.
E tudo o que a alma encerra
É a saudade que ficou dela.
Tarde alada deste Janeiro
Não sei o que me mata primeiro
Se os sonhos daquele passado
De as saudades deste futuro!
imagem: montagem de fotos da Net
Lindo o texto!
ResponderEliminarAdorei o blog. Te seguindo.
Obrigado pelo comentário no meu.
Beijos
Como tenho saudades do choro das guitarras e das tardes à beira rio.
ResponderEliminarCoimbra é a cidade do meu encanto.
Palavras suaves e que chegam a produzir cenas na mente..muito bom, estou seguindo, parabens pelo blog...
ResponderEliminarpassa lá em casa
http://passossilenciosos.blogspot.com
Bjos
Vejo cada imagem descrita nesses versos.
ResponderEliminarGostei do seu jeito de "poetizar".
beijinho***