20/01/2011

UM OLHAR POENTE



Aqui, junto ao mar dourado de uma ilha distante
Olho o horizonte azul poente da tarde cinzenta
Gaivotas varrem os calhaus da praia pardacenta
E as ondas embalam os navios do grande Atlante.

Aqui, junto à varanda desta ilha de mar distante
Navego no fugidio tempo de outras memórias
E como se as marés contassem velhas histórias
Abraço o dourado doutro mar. Sou mareante!

Nas formas escuras das nuvens algo é dissonante.
É o rugido horripilante de outra distante paragem
Da figura Adamastor, de uma outra grande viagem
Que revivo, agora, do grão Camões, quando estudante.

Aqui, onde não estou, navego nesse barco sonante
Das palavras não ditas, dos meus textos apoucados,
Mas sei que navego ao sabor de outros significados
Mesmo que o meu poema seja tão desconcertante.

O meu poema é uma varanda para a distante ilha
Da minha infância, no verde da serra e azul do mar.
A varanda é a memória do que lá ficou por cantar,
O sol e as gaivotas, são os versos da velha cartilha.

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9 comentários:

  1. Meu amigo

    Quanta beleza neste poema...naveguei neste mar de palavras.

    Beijo
    Sonhadora

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  2. Poema leve e que vai com o vento e o balanço das ondas impulsionadas pelas palavras.
    Um grande bj

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  3. Belo blog, belo post!!!

    PArabens muito bom...

    Convidaria vc a conhecer meu... Ficaria muito feliz! http://mailsonfurtado.com

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  4. E navegando em penumbra,assustava-me a lua não querer nesta noite brilhar,procurava por um porto-palavras-seguro,onde eu pudesse atracar...
    Encontrei o porto,encontrei o mar e encontrei a lua neste lugar a brilhar...
    Descansarei!

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  5. Muito lindo o seu poema..
    A parte que mais gostei foi essa :
    "Navego no fugidio tempo de outras memórias
    E como se as marés contassem velhas histórias..."
    Como eu sinto saudade de olhar para o mar e ouvir as histórias que ele tem para contar... e mais! Nos fazer relembrar as nossas!

    Agradeço pela visita ao meu blog...
    Será sempre bem-vindo! (:
    Abraços;

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  6. A varanda é a memória do que lá ficou por cantar,
    O sol e as gaivotas, são os versos da velha cartilha.

    Que lindos seus versos!

    Beijos!

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  7. Pela varanda o olhar voa nos caminhos do longe.

    Obrigada pela visita ao blog.
    Um beijo

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  8. Olá!!

    Impossível imaginar a vida sem poesia,literatura, arte!!
    É o que nos completa, nos move...
    Linda sua poesia!
    Obrigada pela visita!
    Seja sempre Bem-Vindo!
    Boa semana!

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  9. Olá!
    Obrigada por visitar o blog, seja sempre bem-vindo!
    Abraço

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