21/03/2015

Meu amor


Meu amor…
Assim começam tantos poemas e tantas promessas.
A minha saudade começa também assim…
E nesses sentidos passados e presentes
Se amarram os afetos com que me abraças,
Se rasga o sorriso com que me acordas
E o bom-dia com que me saúdas.
Poderia dizer-te que te amo, Meu Amor?
Mas essa seria a verdade mais inverdadeira,
Porque o amor não é um verbo transitivo, mas recíproco.
Mas se amar fosse verbo e não a essência de ser…
Gostaria de amar-te em todos os tempos,
Modos e vozes, flexões e conjugações.
Nas formas finitas, (amar finito?)
E nas formas ainda não formadas…
Meu amor,
Amar é um caminho, nunca uma chegada.
Amar tem partida, não tem meta ou limite.
Amar tem melodia e encantamento.
Amar é o infinito e o motor do pensamento.
Amor é o fermento desses momentos,
Em que as palavras já não chegam
Ao perfume do breve e eterno sentimento.
Que é um misto de prazer e tormento…
Meu amor,
Somos já uma névoa do que fomos,
Seremos  horizonte dum dourado poente?
Meu Amor,
Este é o momento
Porque o Amor é  presente.

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