Esta tarde já era tarde
Nesta tarde, quando descia o olhar
no teu rosto iluminado, uma lágrima
deslizava, meiga e aveludada,
sobre a pele macia de bronze.
Era o teu olhar no meu olhar.
Uma saudade de outro tempo,
de outras tardes douradas
Ou apenas a memória do que já fomos?
Como deslizava o pensamento
sobre o teu rosto derramado?
Como estacava, de repente,
no cheio vazio da tarde !
Ai! Como nem doía a saudade
daquele passado no ausente?
Como me doía esse momento
cheio de tarde e vazio de presente.!
E na tarde, aquela lágrima
fecundou o vazio de tormento.
A tarde era apenas um portal
por onde o olhar se perdia
em busca de mim em mim.
Aquele era o momento,
nessa tarde de novo outono
Nessa tarde principiava o fim!
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