20/06/2011

O CANTO DO DESTINO





A manhã,  sonora  orquestra de pardais,
Desperta-me na alma o desejo do mar.
Quem me dera partir nas asas do seu canto!
Quem me dera entender as notas musicais
Decifrar a simplicidade da sua pauta
O segredo de tão leve melodiar.
Mas falta-me a clave e o sopro da musa.
Talvez amanhã o  descubra numa flor orvalhada,
E no seu aroma perceba o rasto do canto.
Quem me dera o tempo dos rouxinóis e pardais
Que se fartavam do trigo branco das costeiras.
Quem me dera o tempo das andorinhas nos trigais
E o chilrear dourado nas tardes longas estivais!...
Oh! Que paz aquela da canícula e da labuta...
Fui um tempo. O tempo que ficou tão lá atrás!
E contra o passado não há vitória. Só luta.
E apenas um caminho por onde não vais!
Escondido nas luzes da tarde derradeiras
Onde não há canto, nem rouxinol a trinar.
Apenas tu existes e tu és alma de mar
No verde da alma, no azul do pranto
Habitas o destino do teu próprio canto.
.

3 comentários:

  1. Caro amigo

    Quem escuta
    a sinfonia da vida
    desta forma,
    sabe a diferença
    entre viver
    e existir.

    Vida plena em teus dias.

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  2. para quando um livro de poesia
    ... estou esperando!...

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