E a saudade era a noite
Enquanto caía a noite, lambendo dos calhaus o mar,
Cantava, como sereia, na brisa quente que passava
Por entre as luzes do lusco-fusco tão longe de mim.
Aqui, agora, nesta praia quente do fim do dia
Só na memória e na saudade o amanhã sentia
E em cada onda, que, sem querer, o mar trazia
Cantava, como sereia, na brisa quente que passava
Por entre as luzes do lusco-fusco tão longe de mim.
Aqui, agora, nesta praia quente do fim do dia
Só na memória e na saudade o amanhã sentia
E em cada onda, que, sem querer, o mar trazia
Vinham as mágoas dos longes, odor de maresia
Daqueles que se foram ficando em cada aqui
Num olhar tão longe e tão perto de ti ...
Este hoje, onde a noite nos tenros beijos se aninava
É um mar, em murmúrios, aos calhaus dizendo
As mágoas tristes que noutros longes a espuma embalava
Num olhar tão longe e tão perto de ti ...
Este hoje, onde a noite nos tenros beijos se aninava
É um mar, em murmúrios, aos calhaus dizendo
As mágoas tristes que noutros longes a espuma embalava
De encontro às rochas da nossa saudade... Saudade
Que se foi nas saudades dos que se foram daqui.
Que se foi nas saudades dos que se foram daqui.
Nesse moer leve, lento e continuado, nesse molengo fado
Que é o Fado da nossa portuguesa saudade!
Oi Jordão
ResponderEliminarTantas vidas passam por nós e o que resta é sempre a saudade_essa palavrinha que aperta o coração a cada ausência,
Muito bonita a poesia,
Obrigada por compartilhar e que os dias saudosos sirva de muita inspiração,sempre.
abraços
"E nada como um tempo,
ResponderEliminarapós um contratempo,
pro meu coração...."
Chico Buarque, Da música "Jorge Maravilha".
abç