02/07/2013

Enquanto a noite caía

     E a saudade era a noite
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enquanto caía a noite, lambendo dos calhaus o mar,
Cantava, como sereia, na brisa quente que passava
Por entre as luzes do lusco-fusco tão longe de mim.
Aqui, agora, nesta praia quente do fim do dia
Só na memória e na saudade o amanhã sentia
E em cada onda, que, sem querer, o mar trazia
Vinham as  mágoas dos  longes, odor de maresia  
Daqueles que se foram ficando em cada aqui
Num olhar tão longe e tão perto de ti ...
Este hoje, onde a noite nos tenros beijos se aninava
É um mar, em murmúrios, aos calhaus dizendo
As mágoas tristes que noutros longes a espuma embalava
De encontro às rochas da nossa saudade... Saudade
Que se foi  nas saudades dos que se foram daqui.
Nesse moer leve, lento e continuado, nesse molengo fado
Que é o Fado da nossa portuguesa  saudade!

2 comentários:

  1. Oi Jordão
    Tantas vidas passam por nós e o que resta é sempre a saudade_essa palavrinha que aperta o coração a cada ausência,
    Muito bonita a poesia,
    Obrigada por compartilhar e que os dias saudosos sirva de muita inspiração,sempre.
    abraços

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  2. "E nada como um tempo,
    após um contratempo,
    pro meu coração...."




    Chico Buarque, Da música "Jorge Maravilha".


    abç

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