29/10/2013

Porque me dói a memória

Porque me apetece ...
Apetece-me não me apetecer.
E como eu gostava de não ter de apetecer!...

Mas como posso manter-me calado
com os gritos dos velhos espoliados?
Como manterei as palavras mudas
perante a orfandade duma juventude promissora?
Como posso conter a raiva e o desespero
que passeia pelas ruas agarrados em tinto
E em desesperado e sombrio rosto?
Respondei-me,! Respondei-me, políticos incapazes!!!!!!!!!!!!!!!

-Como chegámos a lugar nenhum?
Não há respostas, nem ecos.
Não há palavras, porque as amordaçam
No autofágico da  austeridade...
Até as palavras ficaram cativas do resgate.
Os dicionários mingam de palavras.
E apenas existe  um eco constante
e uma tortura sonora:
- Austeridade, crise, resgate, fmi, troika.
São como badaladas  fúnebres dos sinos de aldeia,
porque os da cidade?... também tiveram de ser calados.

Olho o mar e ele já não responde!
Do azul do céu só  negrume do futuro.
Uma   tempestade por chegar.
Onde estou?
Quem somos?
Aonde vamos?

Não há respostas, não há caminhos.
Teremos que atalhar as veredas da memória,
Talvez nelas se consiga ressuscitar a  PÁTRIAl!
Talvez elas, ainda lembrem da voz dos vates,
Talvez de algumas palavras, caídas na berma,
Se possa ressuscitar a esperança!
E numa esperança renovada,
Portugal será, novamente, Portugal !!!!!
Um país onde os velhos são um ativo cultural,
Os jovens a promessa de continuidade,
E as palavras construam em versos
A Paz e a Liberdade!

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