02/05/2014

Rio da Saudade


O Mondego
 
 
 
 
 
 
 
São lágrimas da saudade
Desse  amor que em ti vivi.
No céu do teu olhar
E nas margens da minha alma
Há umas fitas queimadas
Na alegria das estreitas ruas
E no gemido das guitarras
Das madrugadas nuas.
No largo da velha Sé
Há uns poemas nunca escritos
E  teus versos nunca  cantados
Há os nossos beijos  perdidos
Nos nossos  rostos molhados.
Na Sofia ficou a Fé
Em Santa Cruz a oração…
Na Sereia as promessas,
Na República demos a mão...
 
Tu já partiste!
Eu fiquei, sem regaço,
Entre a saudade dum rio
E aquele verão frio
De completa solidão…
Nos poentes do cansaço.
 
Junto ao rio da saudade
Há ainda o teu perfume.
É um salgueiro vergado
Buscando-te no espelho,
Na correnteza dum rio
Que derrete a minha alma,
Desse amor já tão velho
E tão novo como o agora…
Mas que importa a idade?
E as tardes no Penedo
Na verdade, foi antecipado
O meu sofrimento e degredo
Desse amor tão profundo
E tão perene, Saudade?!
 
à cidade da minha juventude a minha eterna saudade!
 
 
 
 
 

 

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